Sistema Feudal
Na
idade média havia um senhor na cidade conhecido como senhor feudal, e esse
senhor, com frequência, era o bispo, que, desde a dissolução do Império Romano,
entre os séculos IV e VI, dispunha do poder, das riquezas e do prestígio. O
senhor feudal se instalava em um castelo, caracterizado como local de controle
do feudo.
Inicialmente,
as cidades eram protegidas por grandes muros, formando os burgos, que eram os
centros comerciais. No entanto, com o crescimento populacional consequentemente
o comércio aumentou e os burgos excederam os limites dos muros.
No
século XI, as cidades já apresentavam poder e uma grande influência econômica,
assim os burgueses começaram a lutar pela sua autonomia em relação ao feudo,
surgindo o movimento
comunal.
As
cidades passaram a ser conhecidas como cidades francas, quando os senhores
feudais a partir de um acordo deixaram de exigir o pagamento abusivo de
impostos, tornando-se às cidades livres do domínio feudal. Porém, alguns
senhores não seguiram esse acordo e então se iniciou um confronto, passando
assim essas cidades a serem chamadas de comunas.
Movimento comunal
Movimento que surgiu na idade média a partir da
força e aspirações dos mercadores e dos artesãos, assim como pela busca da liberdade
econômica. Esse movimento configurou a tomada do poder dos senhores feudal pela
burguesia e a consagração da mesma. O novo governo burguês se comportava a
imagem dos clãs familiares, num espaço onde as experiências políticas podiam
ser diversificadas, tentava-se também estabelecer uma relação de respeito mutuo
com a igreja para a qual a cidade se colocava a serviço.
As revoltas urbanas surgiram como resposta à
indignação dos pobres e reformadores, contra a corrupção e a coleta abusiva de
impostos e a quebra do princípio básico de igualdade. A violência
da "revolução comunal" foi uma resposta à violência feudal.
Muitas
vezes a passagem do governo para a burguesia se dava de forma violenta tendo o
exemplo da cidade francesa de Laon no início do século XII onde a narrativa mostra o bispo fugindo dos rebelados,
entrando no pátio de um prédio da cidade, escondendo-se dentro de um barril;
ele é descoberto, arrastado para a rua, assassinado cortam-lhe o dedo que
levava o anel, tomado como símbolo não de sua função religiosa, mas de seu
poder temporal, e seu corpo é transportado pela cidade exibindo-se o dedo com o
anel.
Governo Burguês
Com a saída do campo
para a cidade, o modo de vida e o comportamento das famílias começam a mudar.
Com o desenvolvimento urbano surge a família nuclear, composta apenas por pais
e filhos. Desfavorecendo a família ampliada, que é aquela caracterizada pelo campo,
feudalidade, em que vivem juntos os filhos, os parentes, diversas gerações. Assim
desenvolve-se a partir dos séculos XII-XIII o tema da sagrada família. As casas
urbanas agora são feitas para famílias nucleares que são as células da cidade.
Na Idade Média as
pessoas que viviam sozinhas (celibatários) eram excluídas da sociedade, eram
pouco numerosos e considerados suspeitos e deviam juntar-se a igreja. O celibatário
leigo tinha uma vida muito difícil e era mal visto.
A população vivente da
época começa agora com a difusão das ideias aristotélicas entre as pessoas mais
cultas e os clérigos, a constituir uma oposição entre o bom e o mau governo.
Fica claro que agora é
preciso não só o modelo da família harmoniosa, mas também, aquele do príncipe
justo seguindo duas palavras de ordem: paz e justiça. O bom governo deve fazer
funcionar enfim, instituições relativamente igualitárias e democráticas. É
preciso essencialmente evitar-se uma família que se sobressaia em relação às
outras, um citadino, que domine e tiranize os outros.
FONTE: GOFF, Le Jacques. Por amor às cidades. São Paulo: Unesp, 1998.
Entre o decorrer dos séculos, principalmente o século XIV, ocorreram várias revoltas urbanas nas cidades tidas como cristãs, revoltas essas que ocorreram em Castela, Inglaterra, na Itália e na França, sobretudo em Paris. Onde podemos exemplificar as revoltas do cabochiano, revolta dos ciompi.
Os movimentos protestam
contra uma evolução que combina a influência de dois poderes de origem
distinta, mas que se combina com frequência. O poder do príncipe ou do rei: o
rei quer reduzir a cidade à obediência de todos seus súditos e que não
reconhece os privilégios, isenções das cidades. Promoção de certas famílias no
interior das cidades que rompem o primitivo contrato comunal de igualdade.
Toda a problemática das
cidades medievais acarretou em um reinado totalmente dominado pela corrupção,
tendo esta se estendido pelo renascimento. Na cidade de Paris o rei São Luís
combateu a corrupção criando um plano para a descoberta dos corruptos de seu
governo quando ele foi para a cruzada de 1427. Para todo o reino, enviou
inquiridores, normalmente religiosos mendicantes para assim poder levantar os
casos de injustiça ocorrentes no reino (Os historiadores não exploraram de
forma suficiente esses relatos).
Cidade
medieval
Na idade média assim
como na idade contemporânea existia a especulação imobiliária, onde quanto
maior a proximidade de certos conventos de prestigiadas ordens mendicantes,
mais altos serão os preços dos terrenos locais, em nível de comparação, na
sociedade moderna quanto maior a proximidade do centro mais caro será o metro
quadrado do terreno.
Percebesse que a
diferenciação entre de bairros pobres, ou de classe média, ou bairros de ricos,
já estava definida na Idade Média, assim como hoje. As localidades eram
diferenciadas pela variação dos preços e consequentemente da população
residente.
Na idade média havia
uma definição de preço justo, o preço de mercado o qual a igreja abdicou diante
do mercado.
O príncipe impõe à
cidade a forma mais adequada a duas de suas preocupações, sendo uma de ordem
militar e a outra de ordem estético-ideológica. Atribuem-se assim a construção
de muralhas e o uso de pedras, sendo que a cidade também deve atender uma
imagem de ordem. A forma urbana definida em xadrez, com ruas que se cortam em
ângulos retos, atribuído a Milet, e o circular. Outro modelo utilizado foi o da
estrela, militarmente bem protegida, com muitos ângulos mortos inatingíveis,
ela também implica uma ideia de ordenamento.
As cidades passam por
uma grande ordem de regulamentação de higiene que se multiplicam pelas cidades,
a partir do século XII. Em Paris o rei Luiz VI proíbe que animais perambulem
pela cidade, após a morte de seu filho primogênito, que sofreu um acidente
andando de cavalo após um porco perdido fazer a montaria tropeçar em uma viela
parisiense.
Outro fator importante
das cidades medievais foi à difusão da arte gótica e do pensamento escolástico
que acabaram por se desenvolver. A
construção da igreja de Saint-Denis consagra a arte gótica na época dos
reinados de Luís VI e Luís VII. A inovação se propaga em quase toda rede de
igrejas.
A arte gótica e a escolástica
se estabelecem como novas escolas urbanas, onde se define como base a razão e a
matemática, ordem e luz, cor e verticalidade.
FONTES: GOFF, Le Jacques. Por amor às cidades. São Paulo: Unesp, 1998.
O momento Comunal. Disponível em: http://www.colegioweb.com.br/historia/o-movimento-comunal.html
por: Hilton Messias
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