sábado, 23 de fevereiro de 2013

O homem do Séc. XXI e seu patrimônio

3. Fraçoise Chay em "Monumento e monumento histórico" (In: A Alegoria do patrimônio. São Paulo: Unesp, 2001, p.11-29) alerta-nos para o nascimento da monumentalização e da para a elaboração da monumentalização histórica. Pensando-se enquanto um indivíduo do século XXI, como é possível dialogar com os monumentos do passado, respeitando-os em suas singularidades, e ao mesmo tempo está conectado com o presente?

O entendimento do que é o monumento histórico está somado ao entendimento do que é um patrimônio histórico. Embora patrimônio tenha um significado mais amplo, a expressão patrimônio histórico se remete a uma instituição e a uma mentalidade. 
O homem do século XXI é um homem que compreende melhor suas dinâmicas e sua história e como ela é importante para entender o seu cotidiano atual. Mas embora esse entendimento esteja aprimorado, uma grande parte da população não entende bem a monumentalização de seus bens mais antigos.
Como dito, hoje compreendemos melhor nossa história, então devemos multiplicar essa compreensão a todos, desde sua essência (quando ainda crianças e buscamos entender as coisas) até quando formamos nossos próprios conceitos, pois a extensão tipológica, cronológica e geográfica desses bens são melhor acompanhadas pelo crescimento exponencial do seu público.

Para a administração e para a maioria do público, os pavilhões suspensos que Napoleão III e Haussmann haviam construído tinham apenas uma função trivial que não lhes dava acesso à categoria de monumentos. Além disso, eles pertenciam a uma época famosa por seu mau gosto.
Fraçoise Chay. 

As cidades crescem cada vez mais, porém esse crescimento é focado na destruição do antigo para a construção do novo. Entra então a questão: como fazer para integrar e respeitar esses monumentos históricos com uma vida/cidade contemporânea mais dinâmica e movimentada? 
A resposta está no uso consciente dos espaços, não tentar destruir para progredir e sim, fazer um reuso desse monumento; ter um apoio maior e melhor da população cobrando mais preservação e conservação das autoridades responsáveis. 
A dualidade entre o novo e o antigo não significa que uma só pode existir se a outra não existir, até porque o novo se torna velho na medida crescente do tempo. O importante mesmo é entender que os monumentos históricos estão ligados não apenas as características físicas de um local ou região, ele está nitidamente ligado também ao psicológico de sua população, às suas memórias e suas intuições, pois monumentos tornam-se marcos de um lugar, assim tornando parte do dia-a-dia da sociedade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário