domingo, 24 de fevereiro de 2013

Introdução do Primeiro Estágio

Bom, como proposta para atividades iniciais desse Estágio, o nosso grupo ficou responsável de falar sobre o primeiro capitulo do livro-texto de Leonardo Benévolo  a História da Cidade. O capitulo 1, de titulo: O ambiente pré-histórico e a origem da cidade, aborda a temática referente a formação das cidades, começando a partir da era Paleolítica onde o homem adapta-se e evolui com a "cidade" e segue por essa viagem do tempo passando por outras eras até a formação propriamente dita das cidades antigas. O autor deixa bem claro o objetivo desse capitulo e o aborda da maneira mais pratica, através de diversas imagens, facilitando mais ainda o entendimento do leitor.



sábado, 23 de fevereiro de 2013

Os 5 sentidos para um arquiteto.

Com base na atividade proposta anteriormente, as postagens a seguir levam em consideração assuntos discutidos em sala de aula sobre a cidade, sua arquitetura, seu patrimonio e seus sentidos.
 
1. Imagine-se um arquiteto preocupado em trocar/sensibilizar as pessoas através dos cinco sentidos. Através da leitura dos textos de Durval M. de Albuquerque Júnior (O espaço em cinco sentidos. In: _____, Nos destinos de fronteira. Recife: Bagaço, 2008, p. 97-124) e de Aires Manuel Fernandes (O Espaço e os Sentidos. In: Malha Urbana - Revista Lusófona de Urbanismo, n. 8. Portugal, 2009), disserte acerca da relação entre espaço, arquitetura e imaginação. 

Com base no texto de Duval Muniz de Albuquerque Júnior (o espaço em cinco sentidos), que nos trás um personagem atípico, Marcovaldo, um homem simples com um modo de perceber o mundo bem distinto da maioria, vamos analisar a relação existente entre o espaço, arquitetura e a imaginação. 

Os 5 sentidos humanos (Fonte: Terra Boa)

A priori a função do arquiteto não é apenas projetar edifícios e cidades, mas também possui o objetivo de sensibilizar as pessoas através de diversas formas, utilizando-se principalmente dos cinco sentidos, que nos permite ter uma “visão” mais ampla do nosso espaço e ao mesmo tempo mais específica. 
Para que isso ocorra, temos que desenvolver um olhar diferente em relação ao tempo na historiografia, que comumente é negligenciado, sem dada importância as dimensões espaciais dos fatos históricos, colocando o tempo como referencia geográfica, não posto como elemento ativo da ação humana; temos que rever essa ideia, reeducando os nossos olhos a fim de que possamos perceber melhor os documentos históricos, compreendendo a importância do tempo e do espaço na formação da identidade dos lugares. 
Analisando a nossa sociedade fica bem clara a rapidez com que tudo se move, e que tudo possui validade, e por isso, muitas coisas são esquecidas e banalizadas, e são essas coisas esquecidas, já vistas, rotineiras, que o arquiteto deve tomar com outra forma de visão, observar as “pequenas” coisas, aquilo que quase ninguém lembra, e a partir disso, formular problemas, a fim de elaborar soluções que tomem as dimensões espaciais do projeto como uma das principais preocupações.

Percepção do Espaço, segundo Michel de Certeau

2. A experiência de caminhar pela cidade é única, algo particular de cada caminhando. O historiador Michel de Certeau em "Caminhos pela cidade" (In: _____, A invenção do cotidiano 1. Artes de fazer. Petrópolis: Vozes, 1994, p. 169-182) trouxe uma série de percepções do caminhante em sua trajetórias cotidianas. Como um arquiteto pode usar os percursos diários para se inspirar em seus projetos, em suas vivências profissionais? 

Em “Caminhadas pela cidade”, Michael de Certeau faz referencia as percepções que o caminhante tem a partir do observado em sua trajetória. Para ele a cidade deve ser pensada/planejada dando efetividade ao plural, articulada a partir de propriedades estáveis e isoláveis. 
A cidade deve ser ao mesmo tempo o maquinário e o herói da modernidade, é nela onde deve-se encontrar os meios (maquinário) e as soluções que a mesma traz para os problemas da sociedade (herói). Ele destaca que as cidades de hoje apresentam-se com problemáticas que estão deteriorando a mesma, assim como ocorreu com os meios pelos quais elas se organizaram. 
O ambiente de trabalho do arquiteto e do urbanista, o espaço onde ele interfere é basicamente, a cidade. Somente a partir de seu caminhar diário pelas ruas, na sua trajetória para o trabalho ou no ato de pegar os filhos na escola, ou seja, sua vivencia ou seu dia-a-dia na cidade, o arquiteto pode observar, analisar como as pessoas se relacionam, suas necessidades, suas pluralidades, os problemas da cidade e também suas potencialidades, e a partir disso planejar um ambiente urbano mais organizado, funcional e acessível a todos. 

A Paris de Haussmann (Fonte: Art History Archive)
  
O arquiteto deve ter a capacidade da percepção do meio, entender como o mesmo se originou e o que faz ele se organizar a partir das variações e improvisações do percurso, o arquiteto deve compreender o significado espacial, as propriedades que o ambiente oferece. Ele ainda deve ter um “sentido próprio” do ambiente, apreender cada movimento da cidade, dada modificação espacial e entender a forma como a sociedade se comporta e se comportou.

O homem do Séc. XXI e seu patrimônio

3. Fraçoise Chay em "Monumento e monumento histórico" (In: A Alegoria do patrimônio. São Paulo: Unesp, 2001, p.11-29) alerta-nos para o nascimento da monumentalização e da para a elaboração da monumentalização histórica. Pensando-se enquanto um indivíduo do século XXI, como é possível dialogar com os monumentos do passado, respeitando-os em suas singularidades, e ao mesmo tempo está conectado com o presente?

O entendimento do que é o monumento histórico está somado ao entendimento do que é um patrimônio histórico. Embora patrimônio tenha um significado mais amplo, a expressão patrimônio histórico se remete a uma instituição e a uma mentalidade. 
O homem do século XXI é um homem que compreende melhor suas dinâmicas e sua história e como ela é importante para entender o seu cotidiano atual. Mas embora esse entendimento esteja aprimorado, uma grande parte da população não entende bem a monumentalização de seus bens mais antigos.
Como dito, hoje compreendemos melhor nossa história, então devemos multiplicar essa compreensão a todos, desde sua essência (quando ainda crianças e buscamos entender as coisas) até quando formamos nossos próprios conceitos, pois a extensão tipológica, cronológica e geográfica desses bens são melhor acompanhadas pelo crescimento exponencial do seu público.

Para a administração e para a maioria do público, os pavilhões suspensos que Napoleão III e Haussmann haviam construído tinham apenas uma função trivial que não lhes dava acesso à categoria de monumentos. Além disso, eles pertenciam a uma época famosa por seu mau gosto.
Fraçoise Chay. 

As cidades crescem cada vez mais, porém esse crescimento é focado na destruição do antigo para a construção do novo. Entra então a questão: como fazer para integrar e respeitar esses monumentos históricos com uma vida/cidade contemporânea mais dinâmica e movimentada? 
A resposta está no uso consciente dos espaços, não tentar destruir para progredir e sim, fazer um reuso desse monumento; ter um apoio maior e melhor da população cobrando mais preservação e conservação das autoridades responsáveis. 
A dualidade entre o novo e o antigo não significa que uma só pode existir se a outra não existir, até porque o novo se torna velho na medida crescente do tempo. O importante mesmo é entender que os monumentos históricos estão ligados não apenas as características físicas de um local ou região, ele está nitidamente ligado também ao psicológico de sua população, às suas memórias e suas intuições, pois monumentos tornam-se marcos de um lugar, assim tornando parte do dia-a-dia da sociedade.

Antonio Casternou e a Arquitetura Primitiva

4. Com base em Antonio Casternou, defina Arquitetura Primitiva, Arquitetura Vernácula e Arquitetura erudita. 

Para começar a entender essa questão temos que entender que a Arquitetura vernacular ou popular, conhecida como a arquitetura sem arquitetos, é uma arquitetura cujo resultado possui valor, em que suas obras se empregam materiais e recursos do próprio ambiente em que a edificação é construída. Tendo assim, uma representação de caráter local ou regional, embora não tenha sido regida pelos cânones ditos civilizados ou acadêmicos. São também construções onde os conhecimentos são transmitidos de geração para geração.
Casas em Palafitas - Exemplo de Arquitetura Vernacular (Fonte: Zagaia, invenção, blefe e risco)

Rapoport (1972, p. 15) relaciona as características mais marcantes da arquitetura vernácula: Ausência de pretensões teóricas ou estéticas; trabalha com o lugar de implantação e com o microclima; respeito às demais pessoas e suas casas e, em consequência com o ambiente total, natural ou fabricado pelo homem e trabalha dentro de um idioma com variações dentro de uma certa ordem. 
Arquitetura primitiva é uma arquitetura vernácula, onde está voltada às atividades básicas do homem, sua sobrevivência e sua segurança, ou seja, a pessoa que usufrui dessa arquitetura é a mesma que projeta e que constrói. Podemos comparar com se a Arquitetura fosse algo micro e a Arquitetura Vernácula sendo algo Macro. São exemplos da mesma, o iglu, arquitetura indígena e pré-histórica. A arquitetura primitiva pode ser compreendida primariamente como uma imposição da necessidade da conservação da vida humana sob os efeitos do clima 
Exemplo de Casa Primitiva (Fonte: Vitruvius)

O Dicionário da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Hollanda define o termo “primitivo”, de origem latina, como: de primeira origem, original, inaugural; dos primeiros tempos; básico. Já o termo “vernáculo”, também de origem latina, vem de vernaculu, “escravo nascido na casa do senhor”; de casa, doméstico; próprio do país; próprio da região em que se está. Por sua vez, o termo “popular”, também latino, de acordo com o mesmo dicionário, significa: do, ou próprio do povo. 
Já a Arquitetura erudita é uma arquitetura cuja produção exige um conhecimento desenvolvido amplo e aprofundado, mas o simples segmento das normas não faz um projeto ser arquitetura erudita, pois a mesma possui um objetivo maior de impregnar a matéria com conteúdos temáticos abstratos capazes de excitar o intelecto e a sensibilidade.
A erudição refere-se ao processo, aos propósitos expressivos e, por extensão, ao produto. 
Alguns links para complementar esse estudo estão em:  

Entendimento das cidades Mulçumanas.

5. Escolha uma das oficinas apresentadas por seus colegas(com exceção a apresentado por você) e responda: 

a) Qual a contribuição da temática para a disciplina THAUI?

A Oficina que vamos analisar é a contida no blog Cultura e Arquitetura do grupo composto por Átila Sales, Jimmy Nogueira e Patricia Souza. A análise das cidades muçulmanas nos mostrou que nenhuma cultura é 100% pura,ainda mais quando se trata de um grande império como o estudado. Vários elementos de suas cidades foram inspirados ou adaptados de civilizações mais antigas e muitas vezes desconexas. Um exemplo seria as casas de banho públicas que são vestígios de Roma ou então as mesquitas, ponto máximo da arquitetura islâmica que absorveu elementos estruturais de várias culturas ao redor do mundo. 
O tema também nos mostra como a religião dita a ordem e a organização de alguns lugares: cidades inteiras projetadas com um templo como ponto central e absoluto, torres altas e imponentes (curiosamente copiadas de outra religião) com o intuito de impressionar, regras rígidas que controlam a arquitetura local e ruas apertadas e claustrofóbicas que sempre levam a uma mesquita. Mostrando o quanto a Religião conversa com a arquitetura por um bom tempo, de modo positivo muitas vezes e de modo negativo outras vezes.
Então a cultura das sociedades mulçumanas, juntamente com sua arquitetura, desenvolve ideal que seguiram para todo o futuro (como mesquitas com vãos enormes, usados futuramente numa arquitetura gótica).

b) Quais os pontos mais positivos que você observou durante a apresentação da oficina?

Embora o grupo não tenha apresentado dinâmicas que ousassem na sua apresentação, o tema foi bem apresentado, não houve um monologo chato e sem graça, e sim uma conversa interessante e bem programada. O blog tem um template bem escolhido, mostra uma interação direta com o tema, embora tenha que mudar em cada apresentação de texto, pois as imagens utilizadas e as cores escolhidas, limitam o blog a esse tema das cidades mulçumanas.