segunda-feira, 22 de abril de 2013

A visão da Oficina 3 sobre o filme

O filme ‘’O Retorno de Martin Guerre’’ busca fazer uma abordagem histórica da França Medieval, a partir de uma história real, relatada no livro da autora Natalie Zemon Davis. O filme traz a narrativa da história de um homem, que retorna para sua vila depois de anos desaparecido, mas que com o passar do tempo sua família começa a suspeitar de sua real identidade.

Podemos analisar no filme a existência, nas vilas e povoados da França Medieval, da arquitetura vernacular, dada por casas feitas de materiais como taipa, palha, pedra e madeira, denotando um local simples de donos pouco abastados, casas, visando a moradia e não a estética, possuindo ruelas e becos como acessos. Nessas vilas, as atividades comuns eram, para as mulheres, afazeres domésticos como lavagem de roupa (feita coletivamente em um local especifico para isso) limpar a casa, cuidar dos filhos, cozinhar, já o homem era responsável pelo plantio e colheita de cevada, trigo e uva (no caso).  


 Exemplo de Arquitetura Vernacular mostrada no filme.
Fonte:  Imagem retirada diretamente do filme.

Nas casas moravam muitas pessoas, todo e qualquer parente, o chefe seria o patriarca o homem da casa mais velho. Notamos que, nos vilarejos não existia privacidade, todos sabiam da vida de cada um que ali habitavam, (no filme todos sabem que Martim é impotente, e eles agem como se isso afetassem toda a vila). As casas também tinham espaços onde os “vagabundos” (migrantes sem rumo) poderiam descansar e comer durante uma noite.

Núcleo familiar concentrado numa só casa.
Fonte: Imagem retirada diretamente do filme.

É bastante importante frisar o fato da forma em que o filme retrata a sociedade da época, onde os camponeses não tinham acesso a leitura (visto no momento em que Martin Guerre diz que voltou sabendo ler e escrever, causando espanto entre os moradores da vila), viviam regrados pelos dizeres da Igreja e da religião. Em contradição a essa ignorância mostrada pelos camponeses, o filme retrata a sabedoria e os estudos feitos pelos padres e bispos, que controlavam quem vivia, quem morria, quem casava, quem se separava, etc.


Já na cidade, encontramos bem claro, traços de uma arquitetura voltada exclusivamente para o poderio religioso e/ou monárquico. A arquitetura gótica, estilo nascido na própria França,  é bem representada no cenário do filme, vistos em arcos góticos, estruturas aparente, grandes aberturas, pé direito muito alto, principalmente nas construções religiosas, pois como sabemos a Igreja era a representação do poder econômico, social, jurídico, e retentora do saber, por isso grandiosas construções dos templos para denotar tal imagem imposta por ela.

Exemplo de Arquitetura Gótica ao fundo, através das janelas com arcos pontudos.
Fonte: Imagem retirada diretamente do filme.

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